LAPOE

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Nas últimas décadas a antropologia visual tem se consolidado a partir de núcleos, grupos de pesquisa desenvolvidos no interior de programas de pós-graduação; mostras de vídeo etnográfico e na constituição de redes de pesquisadores. Estas atividades criaram uma comunidade de comunicação, um horizonte sobre como fazer antropologia visual. Esta equação entre o ponto de vista antropológico e suporte audiovisual se apoio em certos consensos: o uso do equipamento como ferramenta metodológica; a construção de narrativas audiovisuais que deem conta dos processos de pesquisa; o trabalho com performances, personagens, com a tradição cultural como pano de fundo.

Em soma, no Brasil se faz antropologia visual, de forma por vezes artesanal, mas com uma vitalidade que a coloca como uma das áreas que maior interesse desperta na antropologia contemporânea. Entre os motivos deste interesse está a possibilidade de desenvolver uma antropologia compartilhada, quebrar as amarras da colonialidade da escrita, estabelecer uma dimensão reflexiva a partir das narrativas audiovisuais, mais próximas das narrativas tradicionais, que privilegiam as performances como forma de transmissão de conhecimentos, sentimentos, valores do grupo que são atuados, por vezes ciclicamente.

Frente a este quadro, uma serie de antropólogos e colegas da comunicação e audiovisual da UFG virmos trabalhando na criação e consolidação do Laboratório de Pesquisa Olhares Etnográficos, LAPOE. Laboratório de Antropologia Visual criado com os propósitos de:

 

  1. Formar recursos humanos no campo da Antropologia Visual através da oferta de disciplinas/ensino, cursos de extensão, seminários.
  2. Estimular a produção de material audiovisual a partir do apoio a docentes e alunos da FCS na realização de pesquisas que utilizem o audiovisual como metodologia;
  3. Divulgação do material produzido, através de mostras, exposições, curadorias;
  4. Criação de programas de ensino, redes de pesquisa e intercâmbio nacionais e internacionais;
  5. Apoio ao registro e edição das atividades acadêmicas da FCS (como atividade criativa mais do que vídeo-aula ou simples registo);
  6. Em parceria com o IMPEJ e o Núcleo de Educação Intercultural Takinahaky, capacitar Estudantes Indígenas e quilombolas na utilização das tecnologias digitais (visuais, audiovisuais e sonoras) e no apoio à produção e divulgação de produções indígenas (utilizar as tecnologias instaladas na comunidade – celulares, outros);
  7. Colaborar com outras faculdades da UFG que tenham programas, objetivos e práticas semelhantes às desenvolvidas no Laboratório – FIC, EMAC; FCI, FAV. Estudar a viabilidade de cursos (extensão, profissionalizantes ou outros) a serem desenvolvidos conjuntamente;
  8. Produzir linhas de orientação para análise e avaliação das produções audiovisuais em antropologia e sociologia, e sua integração nos trabalhos acadêmicos. Desenvolver a interligação (linhas de continuidade de pesquisa, ensino e extensão) entre antropologia sonora, antropologia visual, antropologia audiovisual, antropologia digital;
  9. Aprofundar fundamentação epistemológica ética, estética e política das práticas da antropologia visual. Ampliar o âmbito das práticas da Antropologia Visual tendo em conta a Rede de Antropologia Visual da ABA, e outras referências como o guia da AAA, e os ateliers Varan, criados por Jean ROUCH;
  10. Participar de editais de fomento. Estimular a utilização de software livre e de crowdfunding ou financiamento coletivo na execução de projetos.

 

A antropologia tem demostrado uma inacreditável capacidade de transformação e renovação ao longo do século XX. No século XXI, com a revolução digital, um dos desdobramentos mas instigantes tem acontecido no campo da Antropologia Visual.

Seria reducionista dizer que antropologia visual é fazer documentários. Do nosso ponto de vista, fazer antropologia visual é fazer antropologia utilizando os meios audiovisuais como estratégia de pesquisa. Pensar numa metodologia centrada no uso da câmera no trabalho de campo, levando aspectos técnicos, estéticos e humanos. Como antropólogos estamos interessados no olhar do outro, seus símbolos, sua tradição cultural. O processo de filmagem e edição deve idealmente ser participativo, igualitário, na procura de uma antropologia compartilhada. O LAPOE é um lugar de produção compartilhada, troca de experiências e fruição cultural.

 

Apresentação em vídeo

https://youtu.be/IYwi9oBWzrY

 

Canal com as principais produções do LAPOE

https://www.youtube.com/c/GabrielAlvarezUFG/videos

 

 

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