
PPGAS participará da RAM em Montevidéu (Uruguai).
Confira a programação.
Entre 30 de novembro e 04 de dezembro ocorrerá, em Montevidéu (Uruguai) a XI Reunião de Antropologia do Mercosul (RAM).
As informações sobre o evento podem ser acessadas aqui: http://www.fhuce.edu.uy/index.php/ciencias-antropologicas/departamento-de-antropologia-social/xi-ram.
Lista completa de grupos de trabalho: http://www.fhuce.edu.uy/images/Antropologia/A_Social/Lista_de_Grupos_de_Trabajo_aceptadosdef.pdf
Lista completa de simpósios temáticos: http://www.fhuce.edu.uy/images/Antropologia/A_Social/PROPUESTAS_DE_SIMPOSIOS_ACEPTADASdefinitivas.pdf
Professores/as do PPGAS/UFG co-coordenarão algumas atividades. Veja abaixo:
GRUPOS DE TRABALHO
GT 28 – EDUCAÇÃO INDÍGENA OU INTERCULTURAL: UM DEBATE EPISTEMOLÓGICO E POLÍTICO.
COORDENAÇÃO:
Prof. Dr. Alexandre Herbetta.
UFG – Universidade Federal de Goiás/Brasil//NTFSI –Núcleo Takinahaky De Formação Superior Indígena.
Prof. Dr. Mariano Baez-Landa.
CIESAS – Centro de Investigaciones y Estudios Superiores em Antropologia Social, MEXICO.
COMENTARISTA:
Profa. Dra. Maria Socorro Pimentel da Silva.
UFG - Universidade Federal de Goiás/Brasil/NTFSI - Núcleo Takinahaky De Formação Superior Indígena,
RESUMO:
Na América Latina, especialmente a partir da década de 1970, diversas populações indígenas fortaleceram a organização de um movimento político pan-indígena. Isto para intensificar o diálogo com o Estado-nação em direção a conquista de direitos que representassem relações mais simétricas entre ambos. Neste contexto, ao lado da territorialização e do respeito aos costumes tradicionais, a educação diferenciada foi um dos eixos das reivindicações, o que aponta para percepções indígenas interessantes acerca da educação. A partir de então, algumas leis surgiram para regulamentar a educação diferenciada na região, todas elas com base no princípio da interculturalidade. Neste cenário, alguns cursos superiores de licenciatura para professores indígenas, universidades indígenas e, ainda, outras experiência pedagógicas se desenvolveram especialmente na década de 2000. Atualmente, a partir já de um repertório de conceitos e estudos de caso marcantes na maioria dos países da região pode-se dizer que tais políticas públicas promoveram uma série
de transformações. Estas ações e experiências são a base da proposta deste GT. Uma das transformações mencionadas tem a ver com o fato de que os professores indígenas assumem posições de destaque em suas aldeias e no contexto das políticas públicas educacionais na região, tornando-se novas lideranças. As transformações são visíveis igualmente nas práticas de sala de aula, desvelando novas formas de ensino e aprendizagem nas comunidades. Nesta direção, emergem outras pedagogias e projetos políticos pedagógicos constituindo “formas próprias de aprendizagem”, expressão presente por exemplo no artigo 210 da Constituição brasileira de 1988. Em relação a esta nova metodologia, a matriz curricular geralmente tem como base a cultura, o que aproxima intrinsecamente a escola da comunidade e promove a fomação de sujeitos críticos. A escola indígena passa então a ser apropriada pela comunidade atuando mais diretamente em relação às demandas comunitárias, o que faz da escola um espaço de reflexão e intervenção no
mundo, mas do ponto de vista local. Note-se que há outras experiências pedagógicas interessantes fora da escola, as quais buscam igualmente estabelecer possibilidades de reflexão sobre a contemporaneidade. Nesta direção, as universidades que participam do processo mencionado também passam por transformações, por abrirem-se a novas epistemologias, ontologias e sujeitos. Sendo assim, estabelecem espaços de novas socialidades entre indígenas e não indígenas. Em consequência,
passam por transformações inclusive nos seus espaços mais convencionais, a partir da relação estabelecida com os diversos departamentos e programas de pós-graduação. Isto promove novos conhecimentos, observados em dissertações e teses que tomam o tema como objeto e, ainda, em novas políticas, como por exemplo as relacionadas a ações afirmativas na pós-gradução de algumas universidades brasileiras. Este GT buscará discutir estas experiências e as reflexões teóricas advindas de casos concretos estabelecidos nos contextos educacionais relacionados aos Cursos de Licenciatura Interculturais, Universidades Indígenas e experiências pedagógicas afins. Espera-se assim promover um diálogo aprofundado sobre a realidade educacional indígena ou intercultural de diversas regiões com o objetivo de refletir sobre a relação entre a política pública, o movimento político indígena e a educação.
Palavras-chave: Educação – Interculturalidade – Transformações – Política – Indígena.
GT 45. GÊNERO, SEXUALIDADE, IDADE/GERAÇÃO E INTERSECÇÕES COM OUTROS MARCADORES SOCIAIS DA DIFERENÇA
COORDENAÇÃO:
Prof. Dr. Julio Assis Simões.
Departamento de Antropologia, FFLCH, USP.
Prof. Dr. Ernesto Meccia.
Profesor Regular en la Universidad de Buenos Aires y la Universidad Nacional del Litoral.
Prof. Dr. Carlos Eduardo Henning.
Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, UFG.
RESUMO:
Nas últimas décadas – e mais especialmente a partir dos anos 2000 – tem havido na América do Sul um relevante florescimento do interesse ativista e acadêmico pela análise das relações de gênero e sexualidade em entrelaçamento com outros marcadores sociais da diferença como idade/geração, classe social, “raça”, etnia e corporalidade, dentre vários outros. Em termos gerais, tal florescimento tem procurado estar atento à complexidade dos fenômenos sociais no que diz respeito, em particular, às maneiras como determinadas marcas de diferença podem influir na construção de cenários de desigualdades, discriminações, hierarquizações e normatividades (e, por consequência, abrir espaço para que tais cenários possam ser também relativizados, contestados e desconstruídos). Através da análise desses fenômenos, torna-se possível não só enriquecer o debate acadêmico, como também construir políticas públicas especificamente direcionadas a determinados segmentos populacionais. Este Grupo de Trabalho, portanto, se propõe a abarcar pesquisas que versem, de maneiras diversas, sobre tais entrelaçamentos em abordagens interdisciplinares, dedicando especial atenção às associações entre gênero, sexualidade e idade/geração em suas múltiplas facetas. Procuramos, em outras palavras, compreender de quais maneiras momentos do curso da vida como
infância, juventude, vida adulta, meia idade e velhice ganham sentidos particulares e podem ser analisados à luz dos debates sobre gênero, sexualidade e interseccionalidade contemporâneos. Considerando as questões expostas, agregaremos investigações que abordem de variadas formas as inter-relações entre curso da vida, idade/geração, relações de gênero e sexualidade, assim como outros marcadores sociais da diferença que se articulem de alguma maneira com os primeiros. Em termos mais específicos, este GT abre espaço para análises, por exemplo, que enfoquem: processos de subjetivação, relações de poder, representações sociais, políticas públicas, contextos institucionais, familiares e educacionais, assim como experiências de violência, erotismo, práticas sexuais, medicalização, conjugalidade, parentalidade, masculinidades e feminilidades, envelhecimentos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros, entre outros sujeitos. Por fim, propõe-se também uma abertura para investigações que envolvam ativismos em suas múltiplas manifestações - a exemplo, mas não só, dos movimentos feministas, negr#s e LGBT. Questões envolvendo redes de apoio social e de cuidado, relações (inter)geracionais, sociabilidades, usos e apropriações do espaço, consumo, aposentadoria e seguridade social e usos da internet também são bem-vindas.
Palavras-Chave: Gênero, Sexualidade, Idade, Geração, Marcadores Sociais da Diferença.
GT 51. DIREITOS LGBT NA AMÉRICA LATINA – PESQUISAS EM DIÁLOGO
COORDENAÇÃO:
Camilo Braz.
Coordenador do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Laura Recalde.
Licenciada em Comunicação. Mestranda em Ciências Humanas (Estudos latinoamericanos) na Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación de la Universidad de la República. (Fhce-Udelar).
Melissa Barbieri de Oliveira.
Doutoranda do Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas na linha de Estudos de Gênero da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina.
COMENTARISTA:
Santiago Morcillo.
Doutor em Ciências Sociais. CONICET - UNSJ – UBA.
RESUMO:
Corpo, gênero e sexualidade constituem campos clássicos de investigação antropológica, muito embora somente nos últimos anos tenha aumentado a relevância atribuída a tais pesquisas na América Latina. Por um lado, isso se explica por conta de um cenário contemporâneo de crescimento da centralidade de tais temas para se debater questões políticas, sendo importante, por exemplo, que nos questionemos a respeito das relações entre os chamados "direitos LGBT" e as políticas partidárias em distintos contextos nacionais. Por outro lado, pelo fato de que, atualmente, as ciências sociais abrem-se mais do que há algumas décadas para pensar a questão da transformação de diferenças em desigualdades a partir de um conjunto amplo de eixos de subordinação ou marcadores sociais de diferença. A partir das contribuições da Antropologia e de outras ciências sociais, sabemos hoje que os significados em torno da homossexualidade e dos trânsitos de gênero, bem como seus marcos legais, criminais e/ou relativos às políticas públicas, variam muito em distintos contextos latino-americanos. São também muito variados na América Latina os processos de criação e atuação, bem como a maior ou menor proximidade com o Estado, de movimentos sociais que há algumas décadas buscam ampliar os direitos para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e outros sujeitos cujas experiências afetivo-sexuais e/ou expressõesde gênero não se enquadram na heteronormatividade, além dos/as trabalhadores/as sexuais. Tendo
por base tais ideias, este grupo de trabalho pretende reunir e colocar em diálogo contribuições oriundas de pesquisas, sobretudo etnográficas, acerca dos avanços e desafios, mudanças e permanências e mesmo dos significados em torno da expressão “direitos LGBT” na América Latina.Ademais, indagar acerca das relações entre os “direitos LGBT” e as mudanças necessárias para que se efetivem enquanto “direitos humanos”. Para além de mapear as principais bandeiras de luta que têm sido constituídas em torno de tais direitos em distintos países, bem como os avanços ou retrocessos no que tange às leis e políticas públicas voltadas para tal população, interessa-nos refletir acerca de como tais processos são experenciados e significados no cotidiano, sobretudo por parte dos distintos sujeitos para os quais estão voltados.
Palavras-chave: América Latina; Sexualidade; Gênero; LGBT; Política.
GT 67. COLONIALIDAD, RAZA Y PENSAMIENTO DIASPÓRICO. Un espacio de debate desde las antropologías del sur.
COORDINACIÓN:
Profa.Dra.Anny Ocoró LOANGO.
Doctora en Ciencias Sociales. Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO). Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina.
Profa.Dra.Janaína DAMACENO.
Doctora en Antropología/ Universidade de São Paulo (USP). Pós-Doutoranda en Sociología/ Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Universidade Federal de
São Carlos (UFSCar), Brasil.
Profa.Dra.Kassandra da Silva MUNIZ.
Professora do Departamento de Letras da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Doctora en Linguística/ Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
COMENTARISTA:
Prof.Dr.Alex RATTS.
Professor do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais (IESA) da Universidade Federal de Goiás (UFG).
RESUMEN:
Los estudios poscoloniales han resaltado las huellas profundas y las fronteras artificiales que son el producto de la violencia del colonialismo y muestran que, pese a la desaparición de las administraciones coloniales, los efectos del colonialismo persisten. Los trabajos de Edward Said sobre “el orientalismo” dieron paso a fructíferos estudios que en la actualidad son un importante campo de investigación y reflexión dentro de las ciencias sociales y de las humanidades en general. Esta perspectiva constituye una reveladora herramienta para debatir sobre el pasado histórico y el presente de los grupos marcados por el colonialismo y de América Latina y su larga herida colonial. Las discusiones y contribuciones de las “ epistemologías del sur ” ampliamente debatidas en los últimos años en las ciencias sociales constituyen un fructífero campo del pensamiento para analizar la relación de la antropología con la colonialidad. Sus efectos e implicancias en la opresión racial han marcado profundamente la realidad de las comunidades afrodescendientes. Es así como, de caraal decenio internacional de los afrodescendientes (la Asamblea General de la ONU estableció la celebración del Decenio Internacional de los Afrodescendientes, desde el 1 de enero de 2015 al 31
de diciembre de 2024) y en el marco de las epistemologías del sur, este grupo de trabajo propone um espacio de discusión, a fin de debatir las nociones de raza, pensamiento diaspórico, antropología y colonialidad que, a la luz de las de las distintas investigaciones y desarrollos de la perspectiva poscolonial, permitan problematizar la relación entre antropología, colonialidad y negritud. También se propone llevar adelante una discusión sobre los retos y desafíos que conlleva el desarrollo de antropologías del sur, para aportar en la reelaboración discurso antropológico contemporáneo y la problematización de las condiciones de opresión y la colonialidad que sustentan el actual orden racial de exclusión y pobreza en América Latina.
Palabras-clave: antropologías del sur, negritud, colonialidad, raza y pensamiento diaspórico.
SIMPÓSIOS TEMÁTICOS
SIMPOSIO 15. ESTUDOS SOBRE DESASTRES, CONFLITOS E CRISES EM PERSPECTIVA COMPARADA: QUAIS AS CONTRIBUIÇÕES DA ANTROPOLOGIA?
COORDENAÇÃO:
Sergio E. Visacovsky.
Centro de Investigaciones Sociales (CIS) – Instituto de Desarrollo Económico y Social (IDES) / Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Tecnológicas (CONICET) – Buenos Aires – Argentina.
Telma Camargo da Silva.
Universidade Federal de Goiás - UFG (Programa de Pós-Graduação
em Antropologia Social) – Goiânia – Goiás – Brasil. http://www.cienciassociais.ufg.br/pos-antropologia.
COMENTARISTA:
Susann Baez Ullberg.
CRISMART – Universidad de Defensa de Suecia. Investigadora visitante do Centro de Investigaciones Sociales (CIS) – Instituto de Desarrollo Económico y Social (IDES) / Consejo de Investigaciones Científicas y Tecnológicas (CONICET) – Buenos Aires - Argentina.
EXPOSITORES/AS:
CUÉLLAR, Alejandro Castillejo.
Universidad de los Andes – Departamento de Antropologia.
SILVA, Telma Camargo da.
Universidade Federal de Goiás - UFG (Programa de Pós-Graduação
em Antropologia Social) – Goiânia – Goiás – Brasil. http://www.cienciassociais.ufg.br/pos-antropologia.
VICTORA, Ceres.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre – Brasil.
VISACOVSKY, Sergio E..
Centro de Investigaciones Sociales (CIS) – Instituto de Desarrollo Económico y Social (IDES) / Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Tecnológicas (CONICET) – Buenos Aires – Argentina.
ZENOBI, Diego
UBA – CONICET.
RESUMO
Nas últimas décadas, a antropologia social demonstrou um interesse particular pelos estudos das crises, dos desastres e dos conflitos sociais analisando as formas como as populações afetadas representam e atuam sobre o impacto sofrido. Configurados como eventos críticos, eles provocam uma discontinuidade da ordem social, da vida cotidiana dos indivíduos e são situações permeadas por repentina perda e causas de insegurança e medo. Estes fenômenos são multidimensionais e
interligam as dimensões sociais, políticas, jurídicas, econômicas e encerram múltiplos significados culturais. As rupturas provocadas no tecido social e os processos de resiliencia interligam os níveis locais, regionais, nacionais e, muitas vezes, transnacionais. A partir de pesquisas de caráter etnográfico, centradas no incêndio da Boate Kiss (Brasil) e de Cromañón (Argentina), no desastre radioativo de Goiânia (Brasil), nos processos de memória coletiva da violência do apartheid na
África do Sul, nos processo de paz na Colômbia e nas experiências e respostas dos indivíduos que se identificaram como classe média durante a crise econômica e política dos anos 2001-2002 na Argentina, este simpósio objetiva analisar o estado da arte dos estudos antropológicos sobre desastres e crises, e discutir a contribuição recente da Antropologia para o entendimento desses eventos. Algumas questões se colocam para discussão: Como se manifestam as relações entre populações, agências estatais, socorristas e as organizações da “sociedade civil” na gestão desses eventos? Como se dá atuação dos diversos sistemas peritos? Como os marcadores sociais da
diferença como gênero, classe social, idade, etnia e sexualidade interferem na experiência e na gestão desses eventos? Como se materializam os processos de memória? Como a noção de risco é construída pelos diversos atores sociais que vivenciam estes eventos? No caso dos desastres produzidos em contexto tecnológico, como se dá a produção do conhecimento na intersecção entre desastre, tecnociência e a reflexão antropológica? Como estes eventos configuram a formação de novos sujeitos sociais? Embora as questões sejam muitas, a reflexão proposta tem como eixo central problematizar o lugar ocupado pela antropologia no campo mutidisciplinar dos estudos sobre rupturas sociais e quais são as suas possíveis contribuições para a gestão de tais situações.
Palavras-Chave: Desastres; crises; conflitos; violência; memória, eventos críticos.