inaugural 1

Docente da UnB falou sobre a adesão religiosa ao bolsonarismo em aula inaugural, nesta quarta-feira (17/05)

Docente da UnB falou sobre a adesão religiosa ao bolsonarismo em aula inaugural, nesta quarta-feira (17/05)

 

O evento contou com a participação de estudantes da graduação e pós-graduação de diversas áreas das ciências sociais

 

Por: Andresa Cardoso, Everton Antunes

 

inaugural 2

Professor Paulo Gracino Jr. (UnB), conferencista da aula inaugural “A Invenção do Mito”: adesão evangélica ao bolsonarismo/ Foto: Everton Antunes 

 

O Auditório Marielle Franco recebeu, na última quarta-feira (17/05), o professor Paulo Gracino, da Universidade de Brasília (UnB), em aula inaugural. O evento, intitulado “Invenção do Mito”: adesão evangélica ao bolsonarismo”, também contou com a participação de graduandes e pós-graduandes da Faculdade de Ciências Sociais (FCS). 

 

De acordo com o docente, o título da aula inaugural surge a partir de referências teóricas, da designação de Jair Bolsonaro como “mito” por sua base eleitoral, assim como a tentativa de compreender a ascensão do ex-presidente nos últimos anos. “A ideia de “Invenção do Mito” é como esse sujeito corriqueiro, ordinário – no sentido de uma pessoa comum –, condensa tudo que é politicamente incorreto no Brasil", explica Gracino. 

 

Trajetória Acadêmica

 

Paulo Gracino é graduado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e realizou o mestrado em Ciências Sociais na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) em 2003. Já em 2010, obteve o título de doutor pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). 

 

Gracino também realizou o pós-doutorado pela UFRJ e trabalhou na Universidade do Porto, entre 2008 e 2009, em Portugal. Entre os temas de pesquisa, o docente se concentra em teses sobre religião e conservadorismo, religião e política, neoliberalismo, religião e  juventude, entre outras questões. 

 

Temáticas 

 

Durante a aula inaugural, “a ideia foi conseguir entender como uma figura periférica, como Jair Bolsonaro – que era um deputado de nicho do Rio de Janeiro muito votado entre os militares reformados –, se torna uma figura central na política brasileira para poder organizar uma parte significativa da sociedade”, explica Gracino. 

 

“Muita gente votou [no Bolsonaro] pelo antipetismo, não necessariamente porque aderiram ao pensamento dele”, acrescenta o conferencista. Ainda segundo o professor, entre 15% e 25% do eleitorado de Bolsonaro corresponde à extrema direita. 

 

Além disso, Gracino tratou sobre a influência da polarização social. “Continuamos em uma sociedade que é extremamente segregada, mas a grande novidade é que esses grupos [conservadores] se cristalizaram no Estado, contra movimentos sociais”, comenta. 

 

Por fim, o docente discursou sobre a influência da religião na política brasileira. “A religião sempre organizou as pautas políticas no Brasil: os católicos conservadores atuaram na política para que o divórcio não fosse aprovado, a direita católica atuou durante muito tempo aqui”, finaliza Gracino.  

 

Participação Estudantil

 

inaugural 3

Público presente durante a aula inaugural ministrada pelo conferencista Paulo Gracino Jr. (UnB)/ Foto: Everton Antunes

 

Para Isabela Presser, graduanda do curso de Ciências Sociais da UFG, o tema da palestra é imprescindível, pois “o governo Bolsonaro destoa entre outros governos anteriores do país e é imprescindível que essas mudanças sociais sejam estudadas”. A estudante também acredita que a cultura baseada na idolatria de governantes será uma pauta presente no futuro, além de ser merecedora de atenção e continuidade no conhecimento. 

 

De acordo com Presser, o papel das ciências sociais, “é valorizar a cultura, entendê-la, compreender os riscos e a importância de se viver em uma sociedade na qual nada é por acaso”. Também compareceu à palestra Carla Pantaleão, pós-graduanda no mesmo curso. Carla acredita que a presença de um professor como Gracino debatendo um tema de grande relevância é fundamental, já que se tem a oportunidade de se saber o que está sendo estudado e pesquisado em outras universidades.

 




 








    

Categorias: NOTÍCIA