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Discentes e organizadores comentam sobre participação no ‘Entrelinhas’

Após a pandemia de Covid-19, o evento retorna presencialmente e contou aula inaugural da professora Jaqueline Gomes

 

Por: Andresa Cardoso, Everton Antunes

 

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Doutoranda do PPGAS/UFG, Janaina Cruz, apresenta pesquisa no ‘Entrelinhas’/ Foto: Everton Antunes

 

A 8ª edição do seminário 'Entrelinhas', do PPGAS-UFG, teve como tema “Antropologias, Etnografias e Experimentações”. O evento ocorreu entre os dias 11 e 12 de maio, no Auditório Marielle Franco da Faculdade de Ciências Sociais (FCS), tendo sua aula inaugural com a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Dra. Jaqueline Gomes, e contou com a participação de docentes de diversas áreas da Antropologia.

 

O 'Entrelinhas' é um espaço de diálogo sobre as pesquisas antropológicas na UFG realizadas pelos/as discentes do PPG, em suas diversas linhas de investigação. No dia 11 de maio, além da aula inaugural, ocorreu um grupo de trabalho com o tema “Políticas Epistemológicas, perspectivas decoloniais, memória e patrimônio, antropologia no/do digital e suas redes”. Já no dia 12, houve uma mesa redonda com o assunto “Visualidades, Multimodalidade e Experimentação”.

 

Aula Inaugural 

 

No dia 11 ocorreu a aula inaugural do seminário com a professora Jaqueline Gomes, doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília (UnB), ativista dos direitos LGBTQIA+ e da população negra, além de pesquisadora, escritora e uma das poucas mulheres transexuais doutoras no Brasil. Sua palestra teve como tema "Quem enxerga quem na cultura das aparências? Quem escuta quem na sociedade do espetáculo?".

 

A discussão foi pautada na questão da imagem e construção de corpo como um elemento das ciências sociais: “acho fundamental [a discussão sobre] a imagem que temos do nosso corpo. Ela é construída culturalmente e, numa sociedade do espetáculo baseada no consumo e nas aparências, que são valorizadas e outras desvalorizadas e vendidas como aquelas que trazem felicidade e que precisam de um investimento financeiro”, comenta a doutora. Enquanto psicóloga social, é um tema de interesse para Jaqueline, que situa-se na área de moda, imagem, corpo e história.

 

Coordenação 

 

À frente da comissão organizadora nesta e em edições anteriores do evento, Glauco Ferreira – co-organizador do Laboratório de Experimentações Etnográficas e Marcadores Sociais das Diferenças (LEX) – conta sobre a participação no ‘Entrelinhas’. “Conseguimos, depois de três anos, retomar o evento que já está na sexta ou sétima edição, em uma modalidade presencial, [o ‘Entrelinhas’] foi realizado de forma on-line durante a pandemia”, ressalta.

 

Para o coordenador, além de o ano de 2023 marcar a retomada presencial do evento, o ‘Entrelinhas’ é uma experiência “enriquecedora”, tanto para ele quanto para mestrandes e doutorandes que participaram do projeto. “Ao mesmo tempo, há uma perspectiva de pesquisa e debate público com colegas do programa, mas também com o público em geral que está prestigiando as pesquisas”, avalia.

 

Os Discentes

 

No ‘Entrelinhas’, “apresentei um pouco da minha pesquisa que tensiona a relação entre antropologia e imagem – mais precisamente sobre a imagem cinematográfica –, refletindo acerca da produção de desigualdades no nordeste brasileiro e no noroeste argentino, desde o cinema político latino-americano das décadas de 1960 e 1970”, orienta Janaina Cruz. Ela é doutoranda em antropologia Social pelo PPGAS/UFG e explica sobre sua linha de pesquisa. 

 

Na visão da pesquisadora, o evento ainda se apresenta como um espaço de sociabilidade entre os membros do PPGAS e demais cursos da universidade, bem como um exercício acadêmico “necessário” para discentes do programa de pós-graduação. “Considero o Entrelinhas enquanto um evento científico que possui caráter de posicionamento político, diante da volta à presencialidade, depois destes angustiantes anos de pandemia”, reitera. 

 

O doutorando do PPGAS/UFG, Samuel Farias, também comenta sobre a participação no Entrelinhas: “para mim, foi um bom momento de compartilhamento e trocas das experiências de pesquisa, conseguimos ter novas perspectivas sobre nossos próprios trabalhos”. Samuel é antropólogo, professor e busca trazer estas vivências para o campo da pesquisa etnográfica.

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