Mesa - "Relações entre os PPGAS e as ações afirmativas no Brasil", iniciativa da Comissão de Educação, Ciências e Tecnologia da Aba Antropologia.
O PPGAS-UFG apoia a realização e divulga a importante mesa intitulada: "Relações entre os PPGAS e as ações afirmativas no Brasil", iniciativa da Comissão de Educação, Ciências e Tecnologia da Aba Antropologia.
A mesa será nesta quinta-feira, dia 11/11/2021, às 15h via o canal PPGAS UFG Oficial no YouTube [https://www.youtube.com/watch?v=ci6uaSP0z24] assim como na página PPGAS UFG aqui no Facebook [https://www.facebook.com/1604129496471703/posts/2988033948081244/].
Coordenação:
• Alexandre Herbetta (PPGAS/UFG; Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ABA).
• Apoio: Francy Eide Leal (Doutoranda PPGAS/UFG)
Tendo como participantes:
• José Jorge de Carvalho (PPGAS/UnB) - Professor Titular no Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília, referência no campo das ações afirmativas e processos de descolonização.
• Marta Quintiliano (PPGAS UFG) - Quilombola e feminista interseccional. Doutoranda em Antropologia Social, na linha de pesquisa Etnopolíticas, resistências e transformações epistemológicas, na Universidade Federal de Goiás (2017, atual).
• Joelma Antunes (PPGAS/UFBA) – Doutoranda em Antropologia Social. Atuante no movimento negro e em políticas de ação afirmativa na UFBA.
• Felipe Sotto Maior Cruz (PPGAS/UnB) - Pesquisador indígena do povo Tuxá de Rodelas/Bahia. Professor na Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Doutorando em Antropologia Social.
Ementa:
"Apenas uma universidade que seja capaz de transformar suas dinâmicas estruturais e levar em consideração os modos próprios de ser de outras populações, epistemológica, cultural e socialmente diferenciadas, pode contribuir para uma sociedade mais tolerante, equilibrada, justa e para um uso mais consciente do poder.
Esta mesa foi elaborada no âmbito da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia (CECT) da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), faz parte do Ciclo de Debates “EDUCAÇÃO EM MOVIMENTO” (CECT/ABA) e conta também com o apoio do PPGAS-UFG e do Núcleo Takinahaky de Educação Superior Indígena da UFG.
Parte-se do pressuposto de que a universidade brasileira, pública e particular, tem um histórico elitista, sendo até há pouco tempo espaço de acesso privilegiado da população branca e das parcelas mais abastadas da sociedade. Neste sentido, a universidade tendeu a reproduzir não apenas a desigualdade econômica, racial e de gênero da sociedade brasileira, mas também contribuiu para a exclusão e a marginalização de outras epistemologias. Somente a partir dos anos 2000, o Brasil passa a incorporar, no âmbito das políticas públicas educacionais, a questão da exclusão e do racismo sofrido por grande parte da população brasileira, como se dá em relação a populações indígenas, negras, negras quilombolas, ciganas e outras.
Tais discussões e ações geraram transformações epistemológicas, axiológicas e políticas no sistema de ensino superior do país. Essas transformações possuem relação com a formulação e aplicação de políticas de ação afirmativa, a princípio em cursos de graduação e, em seguida, no nível de pós-graduação. E também com a implementação de Cursos de Licenciatura Intercultural para populações indígenas. Elas, simultaneamente, apontaram para limites institucionais, práticas racistas, dispositivos coloniais e, consequentemente, enormes desafios.
Os PPGAS no Brasil são espaços privilegiados para se pensar e acessar este contexto. Muitas vezes, parte dos Programas de Pós-Graduação em Antropologia Social, ações que buscam alterar lógicas acadêmicas, promovendo reflexões e impactos relevantes na universidade de uma perspectiva epistemológica e política. Da mesma forma, no processo de transformação apenas iniciado, emergem enormes desafios.
Este evento busca debater de maneira aprofundada estas questões de modo a sistematizar tais processos, reforçando no contexto brasileiro, que logo avaliará algumas destas ações, a necessidade fundamental para a democracia do país, da manutenção, aperfeiçoamento e intensificação de políticas educacionais decoloniais, políticas de ação afirmativa e do fortalecimento dos Cursos de Licenciatura Intercultural."
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